AS DUAS MORTES DE LAMPIÃO
Há 74 anos, em 28 de Julho de 1938, uma emboscada em Angicos, localizada em Poço Redondo (SE), pôs fim a 11 dos cangaceiros mais temidos da história, entre os quais estavam Lampião e Maria Bonita. Mas não é isso que o fotógrafo e escritor mineiro José Geraldo Aguiar conta em seu livro "Lampião, o invencível - duas vidas, duas mortes" - Thesaurus Editora, 2009. Depois de 17 anos de pesquisas, o escritor afirma que tudo não passou de uma farsa e que conviveu com Lampião durante cinco meses numa cidade de Minas Gerais, aonde o cangaceiro fugiu após ter passado pela Bahia, Piauí, até que, em 1950, com Maria Bonita, se estabeleceu em Minas. "Ele viveu na clandestinidade e chegou a ter 13 identidades falsas”, afirma o pesquisador, contando que quando morreu, Virgulino foi registrado como Antônio Maria da Conceição, mas em sua lápide se encontra escrito Antônio Teixeira Lima. Em "Lampião, o invencível", o autor relata supostos depoimentos do rei do Cangaço, narra com detalhes os seus encontros com ele e apresenta a foto abaixo, que seria Virgulino Lampião com 90 anos de idade.
Segundo Aguiar, Lampião teria vivido como comerciante e fazendeiro no Norte de Minas, e morreu em 1993, aos 96 anos de idade, em Buritis (MG). Maria Bonita teria morrido no dia 3 de agosto de 1978, e Lampião tido várias mulheres; quando Aguiar o conheceu, ele estava vivendo com Severina Alves de Moraes. Esta imagem, que o retrata 6 anos antes do seu falecimento, teria passado por exames prostatométrico (de comparação de medidas das estruturas da face) e por simulações gráficas de envelhecimento, tomando como base duas imagens do cangaceiro ainda jovem, com 29 anos e outra com 40 anos, que revelou uma imagem quase exata à foto supostamente tirada por Aguiar. A imagem aponta ainda três semelhanças entre as que foram testadas: o olho direito com a pálpebra caída, a silhueta com as mesmas formas e uma pequena depressão na sobrancelha esquerda.
Da esquerda para direita: foto da cabeça de Lampião no desfecho em Angicos / Lampião jovem /
foto supostamente tirada por Aguiar - Lampião aos 90 anos
erguntado em entrevistas sobre a real história do dia 28 de Julho de 1938 e o
porquê do cangaceiro ter escolhido mentir e viver na clandestinidade,
José Geraldo Aguiar conta que tudo foi um acordo entre Lampião e
as autoridades, pois o mesmo estava com 40 anos e há tempos pensava em abandonar
aquela vida e se tornar fazendeiro em Minas Gerais. Lampião teria negociado
com o então governador de Sergipe, de quem era amigo, tido apoio de amigos,
entre eles Padre Cícero, e abandonado o Estado na calada da noite; outros
cangaceiros permaneceram no local onde aconteceu a emboscada. Lampião fugiu,
passou pela Bahia, Piauí, até que, em 1950, ele e Maria Bonita acabaram se
estabelecendo em Minas. "Lampião viveu na clandestinidade e chegou a ter
13 identidades falsas”, afirma o pesquisador. Ele reforça ainda o fato de que após
a decapitação desses cadáveres, só quatro dias depois essas cabeças em estado
de decomposição chegaram à presença do público, dentro de uma lata com
sal grosso e vinagre, transportadas pela Polícia Militar.
"Alterando o rumo da prosa, pra voltar ao assunto que não queria calar, perguntei:
- E aquele tentente que a história diz que matou o senhor, como foi isso?
Dessa vez, o velho Lampião deixou a história escoar:
- Foi um caso igual aos outros. O tenente Bezerra se tornou
meu amigo, por isso continuou vivo. Me fornecia munição
e me mantinha bem informado de tudo sobre os macacos.
Em 1938, eu estava tranquilo no meu acampamento,
na gruta de Angico, e fui avisado que as autoridades
nordestinas estavam pressionando muito o Governo Federal para
acabar com o cangaço. Entre essas autoridades, estavam os meus
aliados. Foram eles que sugeriram ao presidente Getúlio Dorneles
Vargas que anistiasse o rei do cangaço; assim, automaticamente,
o cangaço acabaria, porque sem mim o bando se desfacelaria"
(Trecho do livro "Lampião, o invencível - duas vidas, duas mortes")
O autor dessa versão polêmica
(e duvidosa) sobre o desfecho do cangaço, José Francisco Aguiar, revelou também que viveu sob ameaças e que Lampião pediu para que sua verdadeira história fosse contada somente após sua morte. Em seu livro ele relata a recusa da filha de Lampião e Maria Bonita em fazer o exame de DNA para comprovação de que aquele senhor era mesmo Virgulino.
José Geraldo Aguiar faleceu aos 59 anos, em 19 de maio de 2011
e suas declarações sempre geraram muitas discussões, inclusive o autor é apontado por muitos como um farsante.
REFERÊNCIAS
http://www.cangacoemfoco.jex.com.br/jornalismo+cangaco/lampiao+nao+
morreu+em+angicos+e+viveu+ate+os+96+anos+diz+escritor acesso em 22/07/12
http://www.thesaurus.com.br/livro/2114/lampiao-o-invencivel/ acesso em 22/07/12
http://www.nosrevista.com.br/2010/01/28/biografo-de-lampiao-afirma-que-o-rei-do-cangaco-nao-foi-assassinado-em-sergipe/ acesso em 22/07/12
http://www.brasilescola.com/datacomemorativas/lampiao-rei-cangaco.htm
acesso em 22/07/12 |
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